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Trotes e trotes: a juventude decide, a juventude paga

Como mãe, professora e cidadã, me arrepio, me emociono, me revolto... Infelizmente, banalizamos a violência. Mas quando penso que já vi de tudo, as coisas me indignam ainda mais. Iniciar uma faculdade é o desejo de qualquer pessoa e o objetivo de milhares de adolescentes. Início de ano letivo é a satisfação dos ?bixos?, que ávidos, correm para a nova vida cheios de esperança e alegria, mas os veteranos vêm roubando, lastimavelmente, as cenas. Como são capazes de repetir erros? De machucar pessoas? De desrespeitar o próximo? E os jovens que são sinônimos de beleza, saúde e inteligência estão cada vez mais inseridos nas ações e notícias de sadismo. Na segunda-feira, dia 9, Bruno César Ferreira, de 21 anos, calouro de Medicina Veterinária em Leme (189 km de São Paulo), diz que foi obrigado a ficar alcoolizado, que entrou em uma lona que continha restos de animais em decomposição, fezes e esterco e que ainda foi submetido a uma sessão de chicotadas por um grupo de veteranos. Bruno foi internado como indigente, pois os seus documentos desapareceram e ao chegar ao hospital, estava em coma alcoólico. Com marcas pelo corpo e completamente constrangido, concluiu que não vai estudar naquela instituição, alegando que se tratam assim os seres humanos, preocupa-se com o tratamento aos animais, principal objeto de estudo no curso. No mesmo dia, Jéssica Rezende e Priscila Muniz, de 17 e 18 anos, sofreram queimaduras na pele durante um trote violento, na nossa quase vizinha Santa Fé do Sul. A mistura feita de creolina e gasolina foi jogada nas jovens. Priscila, grávida de três meses, foi internada. Ambas e o bebê não correm risco de morte e estão bem, tirando as dores das imensas manchas das queimaduras espalhadas pelo corpo e tirando ainda o mal-estar e o grande susto que passaram ao visitar, pela 1ª vez, a faculdade em que pretendem estudar. Detalhei, peculiarmente, as ações para evidenciar a brutalidade do ser humano. Uma das supostas agressoras cursa Pedagogia e trabalhará, logo, logo, com crianças e adolescentes. Dá muito medo! A brutalidade parece fazer parte do currículo de estudantes de algumas instituições de Ensino Superior. Uns não aprendem as lições dos outros, talvez nem tenham sabido das violências dos dias e anos anteriores (lembram de Edson Tsung, calouro de Medicina da USP, encontrado morto na piscina? Lembram dos 14 estudantes de Medicina que para comemorar o fim da residência, beberam e invadiram um hospital num tumulto grosseiro, no Paraná?). E da mesma maneira que a inconseqüência e a regressão dominam algumas mentes humanas (e juvenis), existem novatos preocupados e dispostos a modificar o lugar e a vida das pessoas que os rodeiam. Em Jales, o trote é diferente. O trote é solidário. Há seis anos, roupas e alimentos são doados por alunos, professores, coordenadores, funcionários e também pela comunidade nas primeiras semanas de aula. E nesses anos, 4 toneladas e meia de alimentos e 4 mil peças de roupas foram distribuídas para várias instituições de caridade da nossa cidade. Foram vidas modificadas, esperanças renovadas e a certeza de que outros tipos de profissionais também aparecerão no mercado de trabalho. As doações ainda podem ser entregues nos três campus da Unijales ou na UNI JR (idealizadora da Recepção Solidária e merecedora de toda a gratidão dos seres humanos que recebem o que comer e o que vestir e daqueles que aprendem a ajudar). Ana Lucia Caparroz Gomes Assessora de imprensa da Unijales

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